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21

Jan 2020

Fábula: O Ratinho, o Gato e o Galo.

By: vaniaegs | Tags: | Comments: 0

As fábulas trazem situações típicas do cotidiano das pessoas em narrativas curtas cujos personagens são animais. Ao final da história, as fábulas sempre trazem um ensinamento ou lição de moral.

Nesse sentido, trabalhar com fábulas na Educação Infantil é primordial pois além de incentivar a leitura e o letramento, é possível também exercer a educação em um sentido mais amplo, de caráter e desenvolvimento humano.

Abaixo, descreveremos na íntegra uma Fábula escrita por Monteiro Lobato, intitulada “O Ratinho, o Gato e o Galo” que traz como ensinamento que as aparências enganam e por isso não devemos julgar apenas por ela. Afinal, quem vê cara não vê coração.

 

Fábula:  O Ratinho, O Gato e o Galo

Certa manhã, um ratinho saiu do buraco que vivia pela primeira vez. Queria conhecer o mundo e travar relações com tanta coisa bonita de que falavam seus amigos.

Admirou a luz do sol, o verde das árvores, a correnteza dos ribeirões, a habitação dos homens. E acabou penetrando no quintal de uma casa da roça.

— Sim senhor! É interessante isto!

Examinou tudo minuciosamente, farejou a tulha de milho e a estrebaria.

Em seguida, notou no terreiro um certo animal de belo pêlo que dormia sossegado ao sol. Aproximou-se dele e farejou-o, sem receio nenhum.

Nisto, apareceu um galo, que bate as asas e cantou. O ratinho, por um triz, não morreu de susto. Arrepiou-se todo e disparou como um raio para a sua toca.

Chegando lá, contou à sua mamãe as aventuras do passeio.

— Observei muita coisa interessante — disse ele.

— Mas nada me impressionou tanto como dois animais que vi no terreiro. Um tinha pelo macio e ar bondoso, seduziu-me logo. Devia ser um desses bons amigos da nossa gente, e lamentei que estivesse a dormir impedindo-me de cumprimentá-lo. O outro... Ai, que ainda me bate o coração! O outro era um bicho feroz, de penas alaranjadas, bico pontudo, crista vermelha e aspecto ameaçador. Bateu as asas barulhentamente, abriu o bico e soltou um Có-Ri-Có-Có tamanho, que quase caí de costas. Fugi. Fugi com quantas pernas tinha, percebendo que devia ser o famoso gato, que tamanha destruição faz no nosso povo.

A mamãe rata assustou-se e disse:

— Como te enganas, meu filho! O bicho de pelo macio e ar bondoso é que é o terrível gato. O outro, barulhento e espaventado, de olhar feroz e crista rubra, filhinho, é o galo, uma ave que nunca nos fez mal.

As aparências enganam, tome cuidado meu filho!

Aproveita, pois, a lição e fica sabendo que: Quem vê cara não vê coração.

 

(Monteiro Lobato)

 

Morais da história:

As aparências enganam.

Quem vê cara não vê coração.

Por fora "bela viola", por dentro "pão bolorento".

Podemos nos enganar e cometer muitas injustiças se julgarmos apenas pelas aparências. Devemos primeiro conhecer a fundo para depois emitirmos opiniões e juízos de valores.
 

Faça uma roda de leitura e leia essa fábula com as crianças.

Depois pergunte o que elas entenderam e explique sobre o ensinamento da fábula e aborde temas como: as aparências enganam, julgar sem conhecer etc. Deixe as crianças falarem livremente. Depois de ouvir as crianças, fale sobre como devemos agir para não nos deixar sermos levados pelas aparências.

Ao final da conversa, peça para que as crianças façam um desenho livre sobre a fábula “O Ratinho, o Gato e o Galo”. Ao final do desenho, peça para cada criança mostrar seu desenho e falar um pouco sobre ele.

Outra sugestão de atividade educativa utilizando essa fábula, você encontra em “Animais e Cores – Pintura”.

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